Primeiros dias de uma Startup "sem" CTO

Luiz Gomes
3 min readMar 4, 2015

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Esses dias tive uma conversa com uma das mentoras da Lotebox, a Elisa Pereira, a conversa era sobre funil de vendas e projeções financeiras para os próximos anos…

Durante a análise registramos todo investimento levantado pela empresa e como este investimento foi gasto. Por conta desta análise veio à lembrança de uma das maiores lições que aprendi ao longo desta jornada empreendedora.

Não sou fã de modelos cegos para startups, a diversidade é que nos faz incríveis… um destes modelos é sobre a composição dos times, 98 entre 100 investidores dizem que um time completo é base para iniciar uma startup (os outros dois eu não conheço).

Durante alguns meses a Lotebox não teve um desenvolver como parte da equipe, o que não nos desestimulou, pelo contrário, foi um período bem importante para o desenvolvimento do negócio. Durante este período, por exemplo, fomos para a Canton Fair na China, onde validamos o problema e propomos soluções alinhadas com o que já havíamos validado nos EUA, Brasil, Angola, Alemanha e Chile.

Somente depois de um longo período de entendimento do mercado, ou seja, praticando de verdade o Customer Discovery — que falei no texto sobre Customer Development (recomendo a leitura) — que fomos entregar um mvp.

"Antes de construir seu MVP (qualquer que seja) resolva o problema do cliente sem ele — seja criativo — , este é o melhor caminho para confirmar a a necessidade de solução pelo mercado — seu cliente vê o problema e reconhece a melhor solução."

Um MVP sem desenvolvedor

De forma alguma desenvolvedores são menos importantes numa startup, mas antes de por a mão na primeira linha de código é necessário saber o que precisa ser feito.

Tinhamos testado a solução SEM MVP e obtido resultados melhores que o mercado, como? Um dos grandes diferenciais no nosso negócio está no processo pelo qual funciona nosso serviço, não seria possível construir nada efetivo sem desenhar e testar um step by step para solucionar os problemas.

Foi então que tomamos uma decisão arriscada, durante a copa já estávamos com várias demandas de potenciais clientes e um processo desenhado. Sem desenvolvedores priorizamos parte do investimento na execução de um hackathon para construção do MVP… durante 4 dias imergimos com mais 3 desenvolvedores no Rio de Janeiro DURANTE A COPA (sim, trabalhamos enquanto o Brasil descobria o futebol com a Alemanha!) para colocar no ar o que seria o sistema da Lotebox pelos próximos 10 meses!

Tela inicial da Lotebox (www.lotebox.com)

Hoje, com uma equipe de desenvolvedores no time, pudemos evoluir nosso sistema, agora com muito mais propriedade de mercado e, consequentemente, menor risco de entregar algo que não faz sentido. A probabilidade de errarmos existe, claro, mas continuamos sem abrir mão de validar exaustivamente nosso mercado antes de construirmos produtos.

Mesmo sendo um ponto delicado quero deixar esta experiência adquirida para ajudar a tirar barreiras entre as teorias e as ações… Enquanto escrevia este texto a Alemanha deve ter feito mais uns 5 gols no Brasil, é a vida ☺

Luiz Fernando Gomes: luizgomes@luiz.tips

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Written by Luiz Gomes

Movido por desafios, estrategista e modelador. Faço o que acredito, promovo inovação através da interação de pessoas. https://kamelo.substack.com/